Thursday, July 24, 2008

dirty versions

o We Versus the Shark acaba de lançar um disco.

aqui uma migalha dele:

We Versus The Shark – “Mr. Ego Death“

em Porto Alegre


Friday, July 18, 2008

eu não sou um cidadão

ando espirrando pra caralho. talvez seja o clima seco. meus olhos estão lacrimejando pus. quando acordo e antes de dormir. não durmo há dias. apenas vejo tudo embaçado. como num filme ruim. estou asmático. e peidando como um escapamento de carro velho irregular. talvez seja o clima seco. desço a Consolação com meu telefone tocando à cobrar. alguns se preocupam com a nova lei. os revolucionários de hoje usam gravata e perfume e são egoístas. comem mulheres obesas e tentam se justificar o tempo todo. eles roubam miseráveis. estaciono na Roosevelt, desligo o som e desço do carro. um mendigo me interpela. uma moeda? soco a mão no bolso, fuço e encontro 10 centavos. jogo em sua palma. ele confere e me encara. vira as costas e vai. minha boca está seca, parece que comi bosta de vaca. arrisco um cuspe. prestobarba. ando mais 30 passos e outro um maluco aparece, cheio de suspeita dessa vez. ele caminha sacudindo os braços como um daqueles bonecos infláveis de posto de gasolina. uma moeda? dessa vez eu encaro lá no fundo da alma, com a vista embaçada, bem de perto, no bafo, pra enxergar melhor. estou bem cansado. apanharia fácil. mas, eu, não sou comédia. parece que comi bosta de vaca. talvez seja o clima seco. ou minha sede de machucar quem me cobra curvado com os olhos revirados. tento continuar minha rota, mas ele puxa meu ombro esquerdo, numas de intimidar, só que ao invés disso, enfurece e impulsiona. meu braço direito faz um arco e acerta sua mandíbula. ele cai. e tenta me chutar com as duas pernas ricocheteando no ar como duas mangueiras cheias d'água sem dono. seguro elas. e pressiono meu pé direito bem nos bagos. puxo suas canetas pra trás e afundo a sola. vai. digo eu. vai. tem uma moeda? nem eu. acabou. solto o infeliz que murcha como se tivessem desligado o compressor, ou a torneira, vai saber. continuo minha caminhada. tudo fechado. uma viatura passa com os faróis apagados, bem devagarinho, quase não percebo. procuro outra moeda no bolso em vão. saco um cigarro e acendo. na esquina da kilt um agroboy acelera sua S10 num showzinho particular que ninguém percebe. olho pro céu e vejo a lua. parece um buraco pro outro lado. 

Thursday, July 17, 2008

Tuesday, July 15, 2008

Mostra a rola

Amanhã encaro o Parque Antártica para assistir Palmeiras x Fluminense.

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A Conrad já colocou em pré-venda o novo volume com as tiras de Calvin & Haroldo, “Yokon Ho!”.
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E o Pre War Blues ou Honey, Where You Been So Long?, um dos melhores blogs de MP3 que eu conheço, disponibilizou uma seleção batizada de “Introduction to the Blues Part 1”. Uma pacoteira fina, só com fêmeas do blues, nomes como Memphis Minnie, Bessie Smith, Trixie Smith e uma pá de outras obscuras que nunca ouvi falar, tudo da primeira metade do século passado. Ótimo para ouvir sozinho na madrugada, assistindo a brasa do cigarro queimar na beirada na mesa de centro enquanto mutretas diversas ocorrem na esquina de baixo.

Aqui.

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O tablóide inglês The Sun anda caindo em cima do Ronaldo. Dizem que ele está grávido. Entretanto, creio que Ronaldo esteja apenas comendo bem e aproveitando a vida. Ele merece. Quem não merece? Além disso, ele ajudou o Brasil a fuder os ingleses nas quartas-de-final de 2002, aliás, ainda ganhou aquela Copa. Até entendo que qualquer futrica é motivo de notícia praquela porcaria de jornal, mas ficar pelando o saco do maluco, que tá na dele, é foda. O cara é apenas o maior artilheiro de todas as Copas. Eu gosto dele. Um vez encontrei o dentuço andando de braços dados com Cicarelli, ali na Oscar Freire. Eu estava completamente imundo após dois dias sórdidos pelas ruas e queria tomar um banho de loja por ali, na verdade, acho que fui encontrar uma guria que trabalhava numa butique ali, bem, isso não importa. Só sei que quando enxerguei o fenômeno na calçada, já cheguei chegando: "Ronaaaldo, Ronaldo, porra, tu é meu ídalo, cara! Quandé que cê vai jogar no Fluminense? Fala aí". Nunca, ele respondeu. Dei um tapa nas costas dele, que me olhou feio. Cicarelli parmaneceu de cabeça baixa o tempo todo, talvez com medo de me mostrar aquela cara de safada. Logo em seguida, uma cambada de velhotas apareceu abraçando Ronaldo. Ele atendeu todas na maior simpatia. Grande cara.

Friday, July 11, 2008

Burro Morto

na quarta passada fui conferir a rapaziada do Cicrano e do Burro Morto.
o local estava vazio. pouca gente assistiu aqueles porras.
hoje o Burro toca de novo, se não me engano pela última vez nesse rolê por Sampa, lá no Berlin, às 23hs, 5 reais de entrada.

vale à pena. 

eu vou.

Tuesday, July 08, 2008

2ª Mostra Cemitério dos Automóveis


Amigos do Rio de Janeiro, apareçam:


AMANHÃ



parece que o chicote vai estralar.
Bem, após convite do truta Nick Farewell, juntei os trapos e arrisquei minha primeira visita à FLIP em Paraty. Confesso que minha maior preocupação, sem dúvida, era a final da Libertadores, assunto um tanto atrasado, mas que acabou por fuder minha paciência logo na abertura da tal festa literária. Após a derrota do meu time, meu ânimo sumiu. Roí todas as unhas que meus dentes alcançavam e pensei em estrangular um gringo falastrão que insistia em tentar falar português comigo durante o jogo. Cercado por felizbertos entusiasmados e obesas flamenguistas, preferi me recolher no chalé de pau que eu estava hospedado com minha Pequena. No dia seguinte, nos juntamos a um grupo de amigos e fomos à Trindade. Como nunca havia pisado naquelas praias antes, temia encontrar algum hippie defecando na areia ou mulheres alucinadas com tranças nos suvacos escutando Juthro Tull, entretanto, a costa estava vazia como na época do Descobrimento, alguns cães de donos aleatórios apareciam e ficavam me encarando. O cenário estava perfeito não fosse o vento que soprava gelado. Um pulo no mar servia mais para autoflagelação que para desfrute próprio. Na sexta, fomos munidos de substâncias proibidas, muita vodca e pouca vergonha para a mesma praia. Despirocamos na areia até o sol desaparecer e tudo tornar-se impossível de encontrar num breu féladaputa. Caminhamos perdidos até dar de cara com um bar que parecia mais uma loja que artigos de umbanda, lá arrancamos uma espécie de música indiana do som e colocamos nossas velharias para tocar. Bebidas desciam como uma avalanche liquida e o grau de loucura era tamanho que fica difícil explicar aqui. Consigo me lembrar que de 5 em 5 minutos eu corria até o mar para descarregar a bexiga. Lembro também de caiçaras carrancudos me encarando enquanto eu tentava em vão me manter de pé. Em certos momentos, achei que fosse morrer naquela porra de praia, ou que os donos do bar fossem nos surrar quando a conta aparecesse e a gente não tivesse a grana. Esse role só terminou na manhã do dia seguinte, no sábado, dia que Neil Gaiman ia dar as caras na FLIP, tinha Chacal e Marcelino no Picaretagem e uma pancada de festas com felizbertos entusiasmados e obesas flamenguistas esperando. Preferi ficar trancado no quarto lendo o pacote de quadrinhos que havia adquirido com a Via Lettera a andar desequilibrado pelas ruas atulhadas do Centro Histórico. Eu estava exausto e os borrachudos pareciam se aproveitar disso. O domingo foi como todos os domingos. Eu não queria voltar pra São Paulo. Por mim, ficaria na Estrada Real, que termina ali em Paraty, pegaria o carro e sumiria, no entanto, sou um cagalhão e a vida chama e bafômetros soam nos comandos dessa cidade e eu só me entrego morto. Sempre que planejo descansar, termino mais arrebentado ainda.